O que é crédito rotativo: entenda o funcionamento e como sair
Crédito rotativo é uma alternativa oferecida ao consumidor que não consegue quitar o valor total da fatura do cartão de crédito até a data de vencimento. Um exemplo dessa modalidade é o pagamento do “valor mínimo”, mas qualquer quantia inferior ao total da fatura também se enquadra como crédito rotativo.
No entanto, essa opção pode ser arriscada: ao pagar apenas parte da fatura, o consumidor assume uma dívida crescente, com a incidência de juros altos sobre o valor restante. Em 2022, essa taxa ultrapassou os 400%, segundo dados do Banco Central (BC), o que explica o perigo do crédito rotativo.
Além disso, o crédito rotativo pode comprometer mais de 30% da renda dos brasileiros, de acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC). O mesmo levantamento revela que mais de 70% dos brasileiros já recorreram a essa modalidade de crédito.
Siga a leitura para entender como funciona o crédito rotativo e evitar problemas futuros nas finanças pessoais.
Por Pagou Fácil

Sumário:
- Como funciona o crédito rotativo?
- Quais são os juros do crédito rotativo?
- Quando o crédito rotativo é acionado?
- Quais os riscos de usar o crédito rotativo?
- Como sair do crédito rotativo?
- Diferença entre crédito rotativo e parcelamento de fatura
- Alternativas ao crédito rotativo
- O que diz o Banco Central sobre o crédito rotativo?
Como funciona o crédito rotativo?
Quando o cliente não tem o valor total da fatura, ele pode optar por pagar o valor mínimo, deixando um saldo devedor que será incluído na fatura do mês seguinte.
Na fatura seguinte, esse saldo estará sujeito à incidência de juros compostos até que o valor devido seja integralmente quitado. O problema é que esses juros podem aumentar rapidamente o valor da dívida, dificultando ainda mais o pagamento.
Por exemplo, se sua fatura for de R$ 1.000 e você pagar apenas R$ 200, o saldo restante de R$ 800 sofrerá a cobrança de juros.
Mudanças nas regras do crédito rotativo
O crédito rotativo pode ser utilizado por, no máximo, 30 dias, conforme a Resolução n.º 4.549/17 do Banco Central, que entrou em vigor em 2017 e mudou significativamente as regras dessa funcionalidade.
Até antes de abril de 2017, o rotativo do cartão de crédito poderia ser usado por tempo indeterminado, mas os juros do crédito rotativo se acumulavam e se tornavam um cenário crítico de endividamento para o consumidor.
Agora, caso o cliente não tenha o valor integral da fatura no mês seguinte, a instituição financeira fica obrigada a oferecer opções mais vantajosas para pagamento, como o crédito parcelado, que tem uma taxa de juros menor.
Quais são os juros do crédito rotativo?
As taxas de juros aplicadas no crédito rotativo variam de uma instituição para outra e são definidas com base em critérios internos de cada banco. No entanto, o Banco Central estabelece um limite, baseado na Lei 14.690/2023, para que o valor cobrado não ultrapasse o montante original da dívida. Isso impede cobranças abusivas.
Abaixo, a tabela de exemplos de crédito rotativo apresenta as taxas de juros praticadas por diferentes instituições financeiras.
Instituição financeira | % de juros ao mês | % de juros ao ano |
---|---|---|
Caixa Econômica Federal | 12,03% | 290,85% |
Banco do Brasil | 12,65% | 317,40% |
Nubank | 13,34% | 349,229% |
Itaú Unibanco | 14,02% | 382,90% |
Bradesco | 14,67% | 416,74% |
Santander | 16,05% | 496,97% |
Inter | 16,11% | 500,37% |
Neon | 21,04% | 888,68% |
Quando o crédito rotativo é acionado?
O crédito rotativo entra em ação quando o pagamento da dívida do cartão de crédito não é feito integralmente. A seguir, veja as situações mais comuns que acionam essa modalidade:
- pagamento mínimo da fatura;
- pagamento parcial da fatura, inferior ao valor total;
- não pagamento da fatura até o vencimento;
- parcelamento automático com juros embutidos.
Em suma, o rotativo do cartão de crédito ocorre quando o consumidor efetua o pagamento de um valor menor do que a quantia total da fatura. O valor restante, por sua vez, é convertido em empréstimo e, na fatura seguinte, passa a ser cobrado com juros.
Quais os riscos de usar o crédito rotativo?
Para entender se o crédito rotativo é bom ou ruim, é importante destacar que essa modalidade costuma ter juros altíssimos, frequentemente superiores a 300% ao ano. Por isso, recorrer a ele pode trazer alguns riscos para o consumidor:
- aumento exponencial da dívida;
- perda do controle financeiro;
- inscrição nos órgãos de proteção ao crédito;
- impacto na pontuação do score de crédito;
- limitação de acesso a novos créditos.
Como sair do crédito rotativo?
Para sair do crédito rotativo, uma estratégia bastante eficaz é adotar a técnica chamada popularmente de “avalanche”. Nessa abordagem, é necessário listar todas as suas dívidas e seguir o passo a passo abaixo:
- primeiro, dê prioridade à dívida com os juros mais altos;
- enquanto isso, pague o valor mínimo das demais dívidas;
- após quitar a primeira dívida, redirecione o valor que era usado nela para a próxima da lista;
- repita esse processo até quitar todas as dívidas.
Com esse método, você conquista um controle maior sobre seus débitos e ainda acelera sua saída da bola de neve financeira.
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Diferença entre crédito rotativo e parcelamento de fatura
Quando um indivíduo não consegue pagar o valor total da fatura do cartão, há duas alternativas: o crédito rotativo e o parcelamento da fatura.
Embora semelhantes, essas opções têm diferenças importantes. Confira na tabela a seguir.
Crédito rotativo | Parcelamento da fatura |
---|---|
Ao optar pelo pagamento mínimo da fatura, os juros passam a ser aplicados sobre o valor restante. Esse tipo de crédito pode ser utilizado por apenas 30 dias, contados até o vencimento da fatura seguinte. | Para aderir a essa modalidade, é preciso fazer um pagamento inicial. O valor restante é diluído nas demais parcelas, e o limite do cartão permanece bloqueado, sendo liberado gradualmente conforme as parcelas são pagas. |
Caso você não tenha o valor total do débito, o parcelamento da fatura tende a ser menos prejudicial, com taxas de juros menores e mais previsibilidade no controle financeiro, já que as parcelas são fixas. Além disso, existe a possibilidade de alongar a dívida, reduzindo o impacto no orçamento mensal.
Alternativas ao crédito rotativo
Existem algumas alternativas ao crédito rotativo que podem te ajudar a reorganizar suas finanças e evitar o acúmulo de dívidas. Confira algumas delas!
- Empréstimo pessoal — o banco ou instituição financeira disponibiliza um valor ao cliente após realizar uma análise de crédito. Em contrapartida, são cobrados juros mensais sobre o montante emprestado. O contrato firmado entre as partes estabelece o percentual de juros, taxas e multas, além do valor das parcelas;
- Empréstimo com garantia do imóvel — o empréstimo com imóvel de garantia possibilita juros mais baixos e prazos maiores para pagamento, reduzindo o risco de inadimplência;
- Parcelamento da fatura — o cliente realiza um pagamento mínimo, caso não tenha o valor integral da parcela. O montante é dividido nas faturas seguintes, com acréscimo de juros. Nessa modalidade o limite do cartão fica bloqueado, mas é liberado ao longo dos meses, enquanto o pagamento é quitado;
- Crédito consignado — conhecido também como empréstimo na folha de pagamento, o crédito consignado permite que as parcelas sejam descontadas do salário do servidor público, da aposentadoria ou da pensão;
- Pagou Fácil — além de soluções práticas para negociar dívidas com até 99% de desconto, a plataforma oferece as melhores propostas de empréstimo, pensadas para atender seu perfil e suas necessidades.
O que diz o Banco Central sobre o crédito rotativo?
De acordo com o Banco Central, “o prazo máximo de utilização de crédito rotativo é de 30 dias, até o vencimento da fatura subsequente” (Resolução 4.549). Logo, se o cliente pagar apenas o valor mínimo da fatura, o saldo restante deverá ser quitado integralmente ou parcelado dentro desse período.
Além disso, as novas compras realizadas no cartão durante esse prazo também podem ser financiadas pelo crédito rotativo, com um novo prazo de até 30 dias para pagamento, ou então serem quitadas por meio do parcelamento do saldo devedor. Essa regra visa limitar o uso prolongado do crédito rotativo, que tem taxas de juros elevadas.
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